domingo, 30 de janeiro de 2011




"O que vai ficar na fotografia
São os laços invisíveis que havia
As cores, figuras, motivos
O sol passando sobre os amigos
Histórias, bebidas, sorrisos
E afeto em frente ao mar."

Talvez não seja a melhor foto. Talvez não tenha o melhor sorriso, ou o melhor plano de fundo... Sem photoshop...
Mas são dessas pessoas que guardo as coisas mais belas que nenhuma fotografia poderia registrar. E nenhuma palavra no mundo pode expressar o afeto que guardo por cada um desses meus eternos colegas de cena dessa peça chamada 'vida'

domingo, 26 de dezembro de 2010

Tempestade

Corra. Feche as janelas. Proteja-se do vento que corta, sem piedade, o ambiente. Há tempestade lá fora e parece que esta não está disposta a dar trégua! Os trovões aceleram meus batimentos e os raios clareiam nosso sobrado. Abrace-me, não estás sozinha. Aqueça-me com teu abraço e sussurre palavras de acalento. Seja calmaria em noite de tormenta. Seja minha. Cubra o pé gelado e tome esse chá. Pegue o travesseiro e acomode-se. Não! Mais perto! Deixe-me senti-la aqui... Converse comigo, não durma! Falar do que? De nós, pode ser?! Estás feliz? Me ama? Lembra-se de nossa primeira tempestade juntas? Das goteiras do sobrado, das fendas na porta, do estremecer da sensível janela de vidro, da pouca luminosidade da lamparina de querosene a queimar lentamente? Lembra-se do violão entoando o choro do medo na noite escura? Lembra-se do sono em conjunto, do abraço apertado e do suor frio de nossos corpos colados? Posso ouvir a reza vizinha pedindo calma aos ventos. Vejo seu olhar de medo...ah, seu olhar! Naquela chuva de verão elaboramos planos diversos, pintamos a casa de verde a vermelho, adotamos um gatinho, tivemos nossos filhos, nossos medos. Nos amamos, corpo a corpo, com a pressa de um foragido em um paraíso vigiado. Senti cada suspiro com um característico arrepio espinhal... Ainda está acordada? Ah, não chore, já está passando. Nosso sobrado é forte e você tem a mim. Sempre foi e será assim! Remexa suas lembranças, com cuidado, e notarás que sempre estive ali, como figurante ou não. Veja-me ali, por exemplo, no aniversário do seu primo menor, narrando contos de fadas às crianças, com o sorriso de uma delas. Ah, note-me também ali no cantinho da sala do hospital quando tivera aquela gripe terrível e só de sopa se alimentava. Eu te servi e aprendi a cozinhar. Também estou na sua formatura, dançando, cantando, e te levando pra nossa casa, fechando um importante ciclo de sua vida. Feche os olhos, vou fazer cafuné. Quando acordar o sol já terá nascido e o café já estará na mesa. O varal estará cheio de roupas nossas e os banheiros estarão lavados. Eu faço a faxina, não se preocupe. Sua entrevista de emprego é amanhã, não se esqueça! Nos sonhos trate de relaxar e não voe para muito longe, não sem mim! Já parecemos mais tranqüilas. Acho que a chuva já corre para longe. Posso sentir o cheiro de grama molhada misturado com seu perfume. Tudo caminha para seu lugar... O sono parece nos abraçar. Beijo-lhe então e sentes, no calor de meus lábios, a segurança do amanhã. Adormecemos.

Para minha morena dos olhos d'água, com amor!

domingo, 7 de novembro de 2010

MSN hoje de manhã (por uma pessoa importantíssima na minha vida)
- O amor vem realmente da amizade -
Eu acredito que:
- Amor e amizade são apenas expressões diferentes de um mesmo sentimento-





“Andei pensando coisas, o que é raro, dirão os irônicos. Ou “o que foi?” - perguntariam os complacentes. Para estes últimos, quem sabe, escrevo. E repito: andei pensando coisas sobre amor, essa palavra sagrada. O que mais me deteve, do que pensei, era assim: a perda do amor é igual à perda da morte. Só que dói mais. Quando morre alguém que você ama, você se dói inteiro- mas a morte é inevitável, portanto normal. Quando você perde alguém que você ama, e esse amor - essa pessoa - continua vivo, há então uma morte anormal. O nunca mais de não ter quem se ama torna-se tão irremediável quanto não ter nunca mais quem morreu. E dói mais fundo- porque se poderia ter, já que está vivo. Mas não tem, não se terá, quando o fim do amor é: Never.”
[Caio F.]

[Sem nada mais para dizer.]

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Refúgio

Eu queria fugir.

Refugiar-me em teu peito, em teus abraços. Perder-me em seus sonhos e aspirações. Esquecer do mundo real e transformar nosso universo em uma canção.

Fico assim, melancólica, quando acordo e não te vejo ao meu lado; quando dou seu nome às coisas, mas não sinto seu cheiro; ou quando seu respirar não encontra minhas orelhas para o sussurro cantar o amor.

Espero ansiosa pelo dia que as tardes serão mais felizes e serenas que as manhãs, e que as noites serão mais aconchegantes e completas que todo o resto. Dia e noite com você, sem pressa ou preocupação. Seremos só nós. Para sempre...

Transformaremo-nos em fadas: nossos corações arderão em amor, sem espaço para mais nada, seremos, enfim, felizes por inteiro.

Sonhos...

Desculpe-me a audácia de meus pensamentos e vontades. Sei que nesse caminho a percorrer devemos ter garra e esperteza (esperteza de sentimentos). Não se chega com ímpeto para conquistar o mundo ou um coração. A pressa não é aliada.

Caminharei ao seu lado, amor, aproveitando cada manhã de sol, cada cor, cada pingo de chuva, cada sorriso, cada palavrão...

E será em outra manhã (como da primeira vez) que perceberás que não haverá mais dias ‘NÃO’. E na fotografia ficará só a lembrança do que ousamos chamar, certa vez, de felicidade. Seremos, enfim, um só.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

"Chegue bem perto de mim.
Me olhe, me toque, me diga qualquer coisa.
Ou não diga nada, mas chegue mais perto.
Não seja idiota,
não deixe isso se perder,
virar poeira,
virar nada..."
[Caio F.]


Estava ali, era o que ele me dizia. Tão próximo, tão íntimo. Havia tocado. E no fundo, estava com as mãos vazias e sem qualquer lembrança de toque. Achei que houvesse dominado essa parte da minha mente, mas não. Estávamos ali. E no mesmo momento não estávamos. Eu pelo menos não. Meus pensamentos vagavam em um lugar qualquer onde você nunca poderia estar. Fazia frio, é verdade. Era a unica coisa que me mantinha ligada a realidade. Mas também havia o cheiro que desconhecia - ou que simplesmente havia esquecido. Tentei esquecer, é verdade. Mas você havia vindo antes, deixado essa lembrança, além de uma curta frase sem sentido que me perturbou - na verdade, haviam coisas mais que não merecem fazer parte de seu conhecimento. Lhe peço perdão. Perdi a razão.

E eu escrevo, simplesmente escrevo. Enquanto a canção rola, sem qualquer parada para reflexão. Não são minhas mãos que escrevem, nem muito menos a sua voz doce que cantarola na minha mente, enquanto não há quem cante naquela música - aquela que mais me lembra você. Desejei me embriagar. E assim talvez houvesse uma alucinação próxima do real. Ou eu não me lembraria. Mas quando o real e o imaginário se confundem na sobriedade, você sabe que está perdido.

Nas palavras desconexas, simplesmente repito a desordem mental que vivo. Enlouqueci, devo dizer. Não há razão, não há culpados, mergulhei em um caminho solitário, sem volta. Você no fundo ainda irá conhecê-lo, acredite; você sabe que, se eu digo isso, é porque será, e muito em breve. Mas há culpa, coração? "Caímos exatamente na mesma ratoeira, a única diferença é que você pensa que pode escapar."

domingo, 3 de outubro de 2010

Se lembrar de celebrar muito mais


Façamos da interrupção um caminho novo.
Da queda um passo de dança,
do medo uma escada,
do sonho uma ponte, da procura um encontro!

(Fernando Sabino)

Palavras.

São elas que se tornam falhas quando o assunto é você. Sempre foi assim.

Porém hoje, na melancolia dos meus pensamentos e passos, elas se fizeram tempestade.

Olho o caminho a percorrer e no medo encontro a pureza de seu olhar, sempre a dizer algo.

Na audácia de mim olho para trás e ainda vejo você, mais triste, porém presente (quando eu mesma não fui).

Ousei chamar-te de amigo, hoje és anjo.

Na minha falta de idéias fui escuridão, quando no fundo sonhava em ser sol, em poder brilhar para ti.

Perdoe-me as lacunas, mas hoje serei sucinta: te amo.

Ao amigo Thiago R.

Seu lado Amelie Poulain


“E ela? E a bagunça na vida dela? Quem vai por em ordem?” (A.P)

Em um solavanco da vida senti sua melancolia. Senti sua esperança se esvaindo pelos ares, passando por mim fria e ligeira. Cortante.

Tentei agarrá-la, abraçá-la, impedi-la. Lancei-me contra um nada que sonhava em voltar a ser tudo.

O tempo contou-me seus problemas. As lágrimas iam escorrendo de uma face que nunca vi, congelavam meu peito quente e me faziam querer chorar junto, pela simples companhia.

Meus pensamentos-comuns encontraram os seus de fuga e, é claro, ficaram deveras preocupados. É que eles tentam fazer de tudo para arrumar a vida dos outros. (A.P)

”Tempos difíceis para os sonhadores...” (A.P)

Ah, o tempo...

Hoje tão acolhedor e amanhã tão ligeiro e impiedoso.

Desnorteado, nesse dia nublado ele reforçou seu pedido. Ele me pedira por você. Para eu ser mais pra você. Para ser tudo.

Serei, se assim permitir.

“Então, minha querida Amelie, não tem ossos de vidro. Pode suportar os baques da vida. Se deixar passar essa chance, com o tempo seu coração ficará tão seco e quebradiço quanto meu esqueleto. Então, vá em frente, pelo amor de Deus” (A.P)